Amo a Mooca, belo!!!

A Mooca é um dos bairros mais antigos da cidade de São Paulo. Foi fundada em 17 de agosto de 1556, portanto está completando 460 anos hoje!

Eu tenho muito orgulho de morar na Mooca, e escrevo este post em comemoração ao aniversário do meu querido bairro.

 

Cruzamentos das duas vias mais famosas da Mooca (Foto: Alessandra Maróstica)
Cruzamentos das duas vias mais famosas da Mooca (Foto: Alessandra Maróstica)

O local era habitado por índios, dizem que por este motivo o bairro tem um nome de origem indígena. A versão mais aceita segundo historiadores, é que ao ver homens brancos construindo casas, os índios teriam exclamado Moo-oca. Traduzindo Moo ( fazer) e Oca (casa), “Estão fazendo casas!!!”. Existem outras versões para a origem do nome, mas achei esta bem interessante.

Momento raro sem carros na Av. Paes de Barros, no dia 01 de janeiro de 2016. (Foto: Alessandra Maróstica)
Momento raro, sem carros na Av. Paes de Barros, no dia 01 de janeiro de 2016. (Foto: Alessandra Maróstica)

Todo mundo tem um amigo ou conhece alguém que mora na Mooca, e com certeza já ouviu falar que antes de paulistanos, os moradores do bairro são mooquenses convictos. Aliás, a Mooca possui Bandeira, Brasão de Armas, Hino, Time de Futebol e Sotaque próprios. Então por aqui é costume dizer que moramos no “Principado da Mooca”.

Bandeira de autoria de Dr. Lauro Ribeiro Escobar
Bandeira de autoria de Dr. Lauro Ribeiro Escobar

 

Vamos ver alguns motivos que fazem da Mooca um lugar tão querido.


Bairro histórico

A Mooca abrigou milhares de imigrantes, principalmente italianos. A influência italiana é forte até os dias de hoje, e se reflete na cultura, costumes e gastronomia da região. A Hospedaria do Imigrante foi instalada na Mooca em 1887. O local recebeu além dos italianos, imigrantes de diversas nacionalidades como lituanos, croatas, portugueses, japoneses, espanhóis, entre outros. Atualmente no local funciona o Museu da Imigração, que abriga objetos, fotografias e documentos dos estrangeiros que passaram por lá.

Memorial do Imigrante (Foto: Alessandra Maróstica)
Museu da Imigração (Foto: Alessandra Maróstica)

Um bairro tipicamente operário, abrigou diversas fábricas como Antártica e União. O italiano Rodolfo Crespi fundou em 1896 o Cotonifício Crespi, que chegou a ser a maior tecelagem de São Paulo. A maioria dos trabalhadores, também eram de origem italiana. O edifício está localizado entre as ruas Javari, Taquari e dos Trilhos e atualmente abriga o hipermercado Extra.

Hipermercado Extra, no local onde antes funcionava o Cotonifício Crespi, (Foto: Alessandra Maróstica)
Hipermercado Extra, no local onde antes funcionava o Cotonifício Crespi, (Foto: Alessandra Maróstica)

Para acomodar os trabalhadores das fábricas locais, foram construídas pequenas casas. Algumas estão conservadas até hoje, e mesmo ao lado de prédios modernos, preservam a história da região.

casas do início do século XX na Rua Henrique Dantas, Mooca (Foto: Alessandra Maróstica)
Casas do início do século XX na Rua Henrique Dantas na Mooca (Foto: Alessandra Maróstica)

 

Condomínio Luzes da Mooca, construído no local da antiga fábrica da União. (Foto: Alessandra Maróstica)
Condomínio Luzes da Mooca, construído no local da antiga fábrica da União. (Foto: Alessandra Maróstica)

 


Gastronomia – Mangia che te fa bene

A influência italiana faz com que você encontre na Mooca, ótimas cantinas, docerias e pizzarias. Nomes como Di Cunto e Don Carlini, são conhecidos até mesmo por moradores de outras regiões de São Paulo.

Di Cunto, desde 1935 na região. (Foto: Alessandra Maróstica)
Di Cunto, desde 1935 na região. (Foto: Alessandra Maróstica)

 

Spaghetti ai Gamberi, prato clássico do Don Carlini. (Foto: Alessandra Maróstica)
Spaghetti ai Gamberi, prato clássico do Don Carlini. (Foto: Alessandra Maróstica)

Clube Atlético Juventus

Todo mooquense tem o Juventus como o time do coração. Pode ser um torcedor do São Paulo, Palmeiras ou Corinthians, em dia de jogo vão todos juntos torcer para o Moleque Travesso, como é conhecido o time do Juventus. O Estádio Conde Rodolfo Crespi fica na Rua Javari e tem capacidade para aproximadamente 4 mil pessoas. Em dias de jogos, os visitantes podem saborear o delicioso cannoli do Seu Antonio.

Estádio Conde Rodolfo Crespi. (Foto: Alessandra Maróstica)
Estádio Conde Rodolfo Crespi. (Foto: Alessandra Maróstica)

 

Torcida Juventina em dia de jogo. (Foto: Alessandra Maróstica)
Torcida Juventina em dia de jogo. (Foto: Alessandra Maróstica)

 

Deliciosos cannolis vendidos em dias de jogos do Juventus. (Foto: Alessandra Maróstica)
Deliciosos cannolis vendidos em dias de jogos do Juventus. (Foto: Alessandra Maróstica)

 


Sotaque da MoocaOrra meu

Todo mundo já ouviu a expressão “um chopps e dois pastel”, assim mesmo, sem o “s” no plural. Esta e muitas outras expressões de influência italiana, fazem parte do sotaque mooquês, um jeito peculiar e cantado de falar.

 

Conversa entre dois mooquenses. (Foto: Attílio
Conversa entre dois mooquenses. (Foto: Attílio)

 


Igrejas e festas típicas

Paróquias como San Gennaro, São Rafael e São Pedro Apóstolo, são bem antigas na Mooca. Todos os domingos as animadas missas ficam repletas de fiéis. As igrejas sempre promovem festas típicas italianas, com macarronada, pizza, fogazza e polenta. Estas festas fazem um grande sucesso entre o público da Mooca e de outros bairros. A renda destas festas é revertido em obras sociais mantidas pela congregação.

Paróquia São Rafael (Foto: Alessandra Maróstica)
Paróquia São Rafael (Foto: Alessandra Maróstica)

 

Festa de San Gennaro (Foto: Divulgação)
Festa de San Gennaro (Foto: Divulgação)

 


Demônios da Garoa

O grupo musical nasceu em 1943 na Mooca, já que alguns dos integrantes moravam e trabalhavam no bairro. Cantando principalmente sambas de Adoniran Barbosa, o grupo vendeu mais de 10 milhões de discos. Eles também foram responsáveis por disseminar o mooquês por toda a cidade de São Paulo.

Formação atual do grupo Demônios da Garoa. (Foto: Divulgação)
Formação atual do grupo Demônios da Garoa. (Foto: Divulgação)

 

 


Estes são alguns motivos para a Mooca ser tão querida. Para quem ainda não conhece, fica o convite para nos fazer uma visita. 

Encerro este post com mais um ditado famoso por aqui:

“Você pode até sair da Mooca, mas a Mooca nunca vai sair de você”.




Alessandra Maróstica de Freitas

Editora do Blog Tirando Férias. Travelholic que já visitou 16 países. Apaixonada por fotografia, gastronomia e por viver experiências culturais diferentes. Sempre em busca do próximo destino.

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